domingo, 13 de novembro de 2011

É tempo de Crescer...

Sinceramente, não sei qual é a graça, alunos de 9ºano se comportarem como se fossem  crianças de 1ª série, aliás, as crianças de primeira série estão evoluidas, sabem respeitar os professores e a Instituição. O que se percebe, é que a cada dia, está dificil o relacionamento com os adolescentes que são muito permissíveis, tem acesso a tudo, muitos pais, ao invés de cobrar mais disciplina, estudo e compromisso, preferem o atalho, ou seja culpar professores, escola, instituição, quando na realidade deveriam ser cooperadores, observar mais as atitudes de seus adolescentes, ver as amizades, as relações sociais atraves da cibercultura, acompanhar e não descarregar toda a responsabilidade para a escola. A Escola cumpre o seu papel que é passar conteúdo secular, valores morais e eticos, respeito aos direitos individuais e coletivos em consonancia com as leis do país. Carater, ah, isso aí não é na escola, mas a família deve ser exemplo e trabalhar valores que não há  preço no mundo que pague. não se trata de um discurso tradicional ou moralista, mas respeito e educação vem de casa...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ESTÃO MELHORANDO

Quero parabenizar a todas as quatro salas em que estou ministrando as aulas, na EMEFEM RUI BARBOSA ,   nas ultimas quatro semanas, você deram uma trégua e melhoraram a disciplina, quem sai ganhando com tudo isso são vocês mesmos, professor tem a função de ensinar, corrigir atividades, transmitir o conteúdo com aprendizagem, o que passar disso aí chama-se desvio de função. Em outras palavras, vocês já estão ficando adultos, devem caminhar com suas próprias pernas, porque o tempo da aquarela já passou...buscar novos desafios, entre eles, aprender de verdade e não copiar para receber conceitos.
ALDO    

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

a carta argumentativa

Carta Argumentativa
Carta Argumentativa


Com o advento da internet e dos recursos tecnológicos de uma maneira geral, a forma de comunicação entre as pessoas mudou consideravelmente. Antigamente, era muito usual utilizar-se de cartas, telegramas, cartões postais para se comunicar com pessoas que ora encontravam-se distantes.

Atualmente existe e-mail, MSN, ORKUT, e tantos outros que possibilitam a comunicação em tempo real. Entretanto, a carta argumentativa ainda continua sendo um veículo de comunicação muito importante e muito requisitado nos concursos e provas de vestibulares.

Para entendermos sobre a sua parte estrutural, é importante lembrarmos que, como o próprio diz, nos lembra a questão de exposição de ideias, ou seja, o emissor deve persuadir o interlocutor através do seu ponto de vista sobre determinado assunto. E logo, a linguagem deverá ser clara, coesa e objetiva.
A única diferença é que na carta há uma interlocução explícita, ou seja, ela é destinada a um ou mais destinatários de forma específica.
O grau de formalidade dependerá do nível de intimidade estabelecido entre os interlocutores.

Para entendermos melhor esse processo é necessário fazer a distinção entre uma carta destinada ao prefeito de sua cidade requisitando melhorias no setor de pavimentação das ruas, e uma ao presidente de seu bairro, sugerindo melhoria na qualidade do som durante as reuniões.
Neste caso, fica evidente o grau de formalismo.

Vejamos agora um exemplo deste gênero textual, que é a carta, em uma crônica de Moacyr Scliar:
(Nome da cidade e data)
(O vocativo, ou seja, a pessoa a quem é endereçada a carta)

PREZADOS SENHORES,

Uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente.
Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um direito dos senhores.
Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros.
Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço.
Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa.
Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante.
Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.

Atenciosamente – (despedida formal)
(O nome do emissor, isto é, a pessoa que enviou a carta)

(Moacyr Scliar, cronista da Folha de S. Paulo, 14/8/2000).

a carta argumentativa

Carta Argumentativa
Carta Argumentativa


Com o advento da internet e dos recursos tecnológicos de uma maneira geral, a forma de comunicação entre as pessoas mudou consideravelmente. Antigamente, era muito usual utilizar-se de cartas, telegramas, cartões postais para se comunicar com pessoas que ora encontravam-se distantes.

Atualmente existe e-mail, MSN, ORKUT, e tantos outros que possibilitam a comunicação em tempo real. Entretanto, a carta argumentativa ainda continua sendo um veículo de comunicação muito importante e muito requisitado nos concursos e provas de vestibulares.

Para entendermos sobre a sua parte estrutural, é importante lembrarmos que, como o próprio diz, nos lembra a questão de exposição de ideias, ou seja, o emissor deve persuadir o interlocutor através do seu ponto de vista sobre determinado assunto. E logo, a linguagem deverá ser clara, coesa e objetiva.
A única diferença é que na carta há uma interlocução explícita, ou seja, ela é destinada a um ou mais destinatários de forma específica.
O grau de formalidade dependerá do nível de intimidade estabelecido entre os interlocutores.

Para entendermos melhor esse processo é necessário fazer a distinção entre uma carta destinada ao prefeito de sua cidade requisitando melhorias no setor de pavimentação das ruas, e uma ao presidente de seu bairro, sugerindo melhoria na qualidade do som durante as reuniões.
Neste caso, fica evidente o grau de formalismo.

Vejamos agora um exemplo deste gênero textual, que é a carta, em uma crônica de Moacyr Scliar:
(Nome da cidade e data)
(O vocativo, ou seja, a pessoa a quem é endereçada a carta)

PREZADOS SENHORES,

Uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente.
Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um direito dos senhores.
Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros.
Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço.
Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa.
Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante.
Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.

Atenciosamente – (despedida formal)
(O nome do emissor, isto é, a pessoa que enviou a carta)

(Moacyr Scliar, cronista da Folha de S. Paulo, 14/8/2000).

domingo, 9 de outubro de 2011

GÊNEROS TEXTUAIS

Introdução
Não é incomum, principalmente hoje em dia, conhecer alguém que goste de quadrinhos. Facilmente, é comum que essas pessoas tenham desenvolvido o gosto pela leitura através de gibis, de música e quaisquer outros gêneros textuais que não os "padrões" que a escola utiliza para se trabalhar as competências lingüísticas, incluindo também os games e a Internet.
Levando isso em consideração estudos atuais sobre a textualidade e sua co-relação com a educação, como os feitos pelos sociointeracionistas, os quais nos chamam a atenção acerca da importância de se trabalhar os gêneros textuais na sala de aula, fazendo com que o aluno se aproprie do gênero trabalhado, contextualizando-o, habilitando-o a estar apto a trabalhar com diversos gêneros, favorecendo a leitura e a produção textual.
Por que trabalhar os GTs na sala de aula? Porque é um consenso que nos comuniquemos tecendo textos, porque ao ter um contato com o mundo extra escolar, é com esses exemplares de textos que os alunos se deparam e têm de se posicionar, criticamente, muitas vezes.
Com a demanda de novos gêneros, incluindo aqueles relacionados à Internet, o acesso à leitura está mais amplo. Tirinhas, objeto de estudo deste artigo, charges, chats[1], blogs[2], flogs[3] e fóruns, em geral, são fontes riquíssimas de prática de leitura, pois esses contêm histórias, opiniões, situações e discussões sobre o cotidiano, logo, mais passíveis de os discentes se interessarem e interagirem.
O ambiente web propicia aos internautas uma saudável, porém cautelosa, leitura do mundo, pois, como já dito, a WWW[4] contém vários ambientes onde os leitores podem encontrar interesses e até desinteresses. Esse último se refere à maneira como alguns sites se aproveitam da fragilidade virtual para expor material ilícito e preconceituoso.
O professor de línguas atento deve procurar materiais de interesse e se aproveitar do recurso da web para melhorar suas habilidades lingüísticas e selecionar aquelas que certamente servirão de incentivo à leitura por parte de seus alunos e trabalhá-las de maneira que a cognição e o ensino-aprendizagem de língua sejam prazerosos e proveitosos.
Mas o que fazer quando esse ambiente virtual não é comum a alunos cuja renda é baixa ou àqueles que só se deparam com os "desinteresses" da web? O que fazer quando o livro didático de português (LDP) é o único recurso existente?
Por  conta disto, faz-se necessário estudar os gêneros textuais..
Gêneros Textuais
Gêneros textuais são as diversidades de textos que encontramos em diversos ambientes de discurso na sociedade. Vários fatores sócio-culturais ajudam a identificar os gêneros, assim como a definir que gênero deve ser usado no momento mais adequado à situação, seja na oralidade, seja na escrita, seja no gestual.
Bakhtin, precursor da base teórica utilizada pelos estudiosos da temática, define gênero textual como um tipo relativamente estável de enunciado e aborda suas esferas de conteúdo, forma e estilo. Este enunciado refletiria as condições específicas e as finalidades das esferas da atividade humana que estão relacionadas com a utilização da língua. Essas esferas de atividades são múltiplas e cada uma delas nos remete a um ou mais gêneros textuais.Quanto mais uma esfera fica complexa, mais o gênero relacionado a ela torna-se complexo também.
Para Bakhtin os gêneros textuais podem ser primários (mais espontâneos) e secundários (menos espontâneos, portanto, mais elaborados). Para a tessitura de alguns gêneros, as condições de produção são diferentes, assim como a finalidade, o uso da língua-alvo e os sujeitos envolvidos na atividade de negociação em prol da interação, como é o caso do romance, por exemplo, que não raramente, traz dentro de si, gêneros textuais, cujas características funcionais se aproximam bastante de uma interação face a face, como um bilhete, uma carta para um amigo ou um poema feito sem planejamento prévio. É o caso da peça teatral, das palestras, só para termos um exemplo de gêneros secundários de duas modalidades diferentes do uso da língua: escrita e fala. Entretanto, recorramos ao próprio Bakhtin para uma distinção mais minuciosa sobre este fato:
Os gêneros primários, ao se tornarem componentes dos gêneros secundários, transformam-se dentro destes e adquirem uma característica particular: perdem sua relação imediata com a realidade existente e com a realidade dos enunciados alheios por exemplo, inseridas no romance, a réplica do diálogo cotidiano ou a carta, conservando sua forma e seu significado cotidiano apenas no plano do conteúdo do romance, só se integram à realidade existente através do romance considerando como um todo, ou seja, do romance concebido como fenômeno da vida literário-artística e não da vida cotidiana.(BAKHTIN, 1994, p. 281).
É importante salientar que Bakhtin chamou de gêneros do discurso e não necessariamente gênero textual.Este seria mais uma materialização daquele, entretanto, o que é um romance senão a materialização de discursos diversos denominados de gênero discursivo por Bakhtin e pelos seguidores da Análise de Discurso (AD) e de gênero textual pelos mais afeiçoados pela Lingüística de Texto (LT).
Na escola, os gêneros textuais deixam de ser ferramentas de comunicação e passam a ser objeto de estudo. Koch cita Schneuwly & Dolz, que identificam três maneiras de abordar o ensino da produção textual. O primeiro diz respeito ao domínio dos gêneros. Eles são estudados isoladamente e devem seguir uma seqüência que vai dos mais simples aos mais complexos. O segundo diz que a escola é o lugar onde os processos textuais são mais trabalhados. É lá que se aprende a escrever e a desenvolver todo o tipo de produção textual. Em último lugar, critica a escola dizendo que ela não se preocupa em levar o aluno ao domínio do gênero, tornando impossível pensar numa progressão, visto que há a necessidade de dominar situações dadas, e os alunos se preocupam em dominar as ferramentas necessárias para funcioná-las.
É importante observar que o surgimento de novos gêneros textuais nada mais é que uma adaptação dos gêneros já existentes às tecnologias encontradas atualmente, o que nos permite entender que o suporte assume um papel importante. O e-mail troca mensagens eletrônicas, mas as cartas já trocavam mensagens antes, só que utilizando um meio diferente. Esse fato nos leva a outra observação. A depender de onde o texto é inserido (suporte), ele será um ou outro gênero textual. Como vimos no caso da mensagem que, se enviada de forma eletrônica ou se enviada de forma usual, escrita em uma folha de papel, será e-mail ou carta. Outro exemplo é o scrap uma evolução digital do bilhete, criada e utilizada no Orkut[7] e a charge animada versão digital da charge.
Marcuschi, baseado nos estudos de Werlich, faz a definição de gênero e tipo textual mostrando a diferença e exemplificando os gêneros e os tipos textuais.
Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de maia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. (MARCUSCHI, 2002, p. 27).
As tirinhas
Dentre os gêneros textuais da web e do LDP, as tirinhas são freqüentemente procuradas por usuários que buscam o humor. Vários sites, blogs e flogs publicam tirinhas próprias ou divulgam tirinhas extraídas de sites oficiais. Já no LDP, devido às suas características de produção e distribuição, isso é mais enrijecido.

ATIVIDADE PARA O FERIADO

CAROS ALUNOS, NESTE FERIADÃO HÁ UM PRESENTE MARAVILHOSO, FAÇA A LEITURA DO DISCURSO DE STEVE JOBS E RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO:
Caros alunos, esta é minha homenagem a Steve Jobs, gostaria que vocês lessem o seu discurso e depois em 15 linhas fizessem uma reflexão a respeito do empresário , artista, engenheiro, morto na quarta-feira dia 05 de outubro. Vocês também vão se formar no ensino fundamental, que na minha opinião, é uma das mais importantes formaturas, por que é esta que abre a porta para as outras.
Segue  abaixo a transcrição. É longa mas vale a pena.

         Este é o texto do discurso de formatura feito por Steve Jobs, CEO da Apple Computer e dos Pixar Animation Studios, realizado em 12 de Junho de 2005.
         É uma honra estar com vocês hoje nessa formatura de uma das mais excelentes universidades do mundo. Eu nunca me formei na faculdade. Verdade seja dita, esta foi a vez na vida em que eu cheguei mais perto de uma formatura de faculdade. Hoje eu gostaria de contar pra vocês três histórias da minha vida. É isso. Não é grande coisa. Só três histórias.
        A primeira história é sobre ligar os pontos.
Eu deixei a Reed College depois dos primeiros 6 meses, mas então eu fiquei por lá  como um “drop-in” por outros 18 meses, coisa assim, antes de eu realmente sair. Então por que eu saí?

         Começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem e solteira estudante de faculdade, e ela decidiu me colocar para adoção. Ela achava muito fortemente que eu devia ser adotado por pessoas formadas, então tudo estava preparado pra que quando eu nascesse fosse adotado por um advogado e sua esposa. Exceto que quando eu apareci eles decidiram no último minuto que na verdade eles queriam uma garota. Então meus pais adotivos, que estavam numa lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite perguntando: “Nós temos um garoto ‘imprevisto’; vocês o querem?” Eles disseram: “É claro!” Minha mãe biológica mais tarde descobriu que minha mãe adotiva nunca se formou na faculdade e que meu pai adotivo nunca se formou no colégio (ensino médio). Ela se recusou a assinar os papéis finais da adoção. Ela só cedeu alguns meses depois quando meus pais adotivos prometeram que um dia eu iria para a faculdade.
           E 17 anos depois eu fui pra faculdade. Mas ingenuamente eu escolhi uma faculdade quase tão cara quanto Stanford, e todas as economias dos meus pais de classe operária estavam sendo gastas na minha educação superior. Depois de seis meses, eu não podia enxergar o valor daquilo. Eu não tinha idéia do que queria fazer com minha vida e nenhuma idéia de como a faculdade poderia me ajudar a descobrir. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais economizaram durante suas vidas inteiras. Então eu decidi sair e confiar que tudo ia acabar dando certo. Era bem assustador naquela época, mas olhando para trás, foi uma das melhores decisões que eu já tomei. Assim que eu saí eu pude parar de assistir as aulas obrigatórias que não me interessavam, e comecei a assistir as que pareciam interessantes.
         Nem tudo foi tão romântico. Eu não tinha um dormitório, então eu dormia no chão do quarto dos amigos; eu devolvia garrafas de coca-cola aos depósitos por 5 centavos pra poder comprar comida; e eu andava as 7 milhas (11,2 km) através da cidade toda noite de domingo pra pegar uma boa refeição semanal no templo Hare Krishna. Eu amava aquilo. E muito do que eu encontrei seguindo minha curiosidade e intuição se mostrou de valor incalculável mais tarde. Deixe-me dar um exemplo:
         A Reed College naquele tempo oferecia quem sabe a melhor instrução sobre caligrafia no país. Por todo o campus, cada pôster, cada etiqueta em cada gaveta, apresentava uma bela caligrafia manual. Por eu ter saído e não ter que assistir as aulas normais, eu decidi tomar aulas de caligrafia para aprender a fazer aquilo. Eu aprendi sobre caracteres com e sem serifa, sobre a variação do espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna a grande tipografia grande. Era bonita, histórica, artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode capturar, e eu achei aquilo fascinante.
        Nada disso tinha sequer um lampejo de aplicação prática na minha vida. Mas dez anos depois, quando nós estávamos projetando o primeiro computador Macintosh, aquilo tudo voltou. E nós colocamos tudo no Mac. Foi o primeiro computador com uma tipografia bonita. Se eu nunca tivesse entrado naquele simples curso da faculdade, o Mac nunca teria múltiplos tamanhos de letra ou fontes proporcionalmente espaçadas. E como o Windows só copiou o Mac, provavelmente nenhum computador pessoal teria. Se eu nunca tivesse deixado a faculdade, eu nunca teria entrado na aula de caligrafia, e os computadores pessoais poderiam não ter a maravilhosa tipografia que eles têm. Claro que era impossível conectar os pontos olhando pra frente quando eu estava na faculdade. Mas ficou muito, muito claro olhando pra trás dez anos depois.
         De novo: você não pode conectar os pontos olhando adiante; você só pode conectá-los olhando pra trás. Então você tem que confiar que os pontos de algum jeito vão se conectar em seu futuro. Você tem que confiar em alguma coisa – seu intestino, destino, vida, karma, seja o que for. Essa idéia nunca me deixou cair, e fez toda a diferença na minha vida.
Minha segunda história é sobre amor e perda.
          Eu fui sortudo – encontrei o que eu amava fazer cedo na vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Nós trabalhamos duro, e em 10 anos a Apple cresceu de apenas nós dois numa garagem até uma companhia de 2 bilhões de dólares com mais de 4000 empregados. Nós tínhamos acabado de lançar nossa maior criação – o Macintosh – um ano antes, e eu tinha acabado de fazer 30. E então eu fui demitido. Como você pode ser demitido de uma empresa que você começou? Bem, conforme a Apple cresceu nós contratamos alguém que eu achava muito talentoso para levar a empresa comigo, e no primeiro ano, mais ou menos, as coisas saíram bem. Mas então nossas visões do futuro começaram a divergir e eventualmente nós tivemos uma briga. Quando isso aconteceu, nosso Quadro de Diretores ficou do lado dele. Então aos 30 anos eu estava fora. E muito escandalosamente fora! O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta se foi, e isso me destruiu.
           Eu realmente não sabia o que fazer por alguns meses. Eu sentia que tinha falhado diante de toda a geração anterior de empreendedores – que eu deixei cair o bastão quando ele estava sendo passado a mim. Encontrei David Packard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter trabalhado tão mal. Eu era uma falência pública, e eu até pensei em fugir do vale (do silício). Mas algo começou a surgir lentamente em mim – eu ainda amava o que eu fazia. A série de eventos na Apple não tinha mudado isso nem um pouquinho. Eu fui rejeitado, mas eu ainda estava apaixonado. Então eu decidi recomeçar.
          Eu não via isso na hora, mas o fato é que ser demitido da Apple foi a melhor coisa que jamais poderia ter me acontecido. O peso de ser bem sucedido foi trocado pela leveza de ser um iniciante de novo, sem ter certeza de quase nada. Isso me libertou para entrar num dos períodos mais criativos da minha vida.
         Nos cinco anos seguintes, eu comecei uma empresa chamada NeXT, outra empresa chamada Pixar, e me apaixonei por uma magnífica mulher que se tornaria minha esposa. A Pixar criou o primeiro filme do mundo animado por computador, Toy Story, e hoje é o mais bem sucedido estúdio de animação do mundo. Numa memorável seqüência de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu retornei à Apple, e a tecnologia que nós desenvolvemos na NeXT está no coração da atual ressurreição da Apple. E Laurence e eu temos uma maravilhosa família juntos.
       Tenho toda a certeza de que nada disso teria acontecido se eu não fosse demitido da Apple. Foi um remédio de gosto amargo, mas acho que o paciente precisava dele. Às vezes a vida te bate na cabeça com um tijolo. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me manteve em ação foi o fato de que eu amava o que fazia. Você tem que achar o que você ama. E isso é tão verdade para o seu trabalho quanto é para seu companheiro. Seu trabalho vai ocupar uma grande parte da sua vida, e o único jeito de ficar verdadeiramente satisfeito é fazer o que você acredita que é um belo trabalho. E o único jeito de fazer um belo trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não achou, continue procurando. Não fique sentado. De todo o coração, você vai saber quando encontrar. E, como qualquer grande relacionamento, só melhora mais e mais conforme os anos vão passando. Então continue procurando até achar. Não fique sentado.
    Minha terceira história é sobre a morte.
    Quando eu tinha 17 anos, eu li uma citação mais ou menos assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, algum dia provavelmente você vai acertar”. Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu tenho olhado no espelho cada manhã e perguntado a mim mesmo: “Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu ia querer fazer o que eu vou fazer hoje?” E sempre que a resposta foi “Não” por vários dias seguidos, eu soube que eu tinha que mudar alguma coisa.
      Lembrar que eu logo vou estar morto é a ferramenta mais importante que eu já encontrei pra me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo – toda a expectativa exterior, todo o orgulho, todo o medo de dificuldades ou falhas – estas coisas simplesmente somem em face da morte, deixando apenas o que é realmente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de achar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.
     Mais ou menos há um ano eu recebi um diagnóstico de câncer. Eu fiz um exame às 7:30 da manhã, e ele mostrou claramente um tumor no meu pâncreas. E eu nem sabia o que era um pâncreas! Os médicos me disseram que era quase com certeza um tipo incurável de câncer, e que eu não devia esperar viver mais do que de três a seis meses. Meu médico me aconselhou a ir pra casa e botar meus negócios em ordem, o que no idioma dos médicos significa: prepare-se para morrer. Significa tentar dizer aos seus filhos tudo o que você pensou que teria os próximos 10 anos para lhes dizer, em apenas uns poucos meses. Significa ter certeza que tudo está no lugar para que seja tão fácil quanto possível para sua família. Significa dizer adeus.
        Eu fiquei com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, naquela noite eu tive uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio na minha garganta, através do meu estômago e dentro dos meus intestinos, colocaram uma agulha no meu pâncreas e pegaram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha esposa, que estava lá, me disse que quando eles viram as células no microscópio os médicos começaram a chorar porque descobriram que era uma forma muito rara de câncer pancreático que é curável através de cirurgia. Eu sofri a cirurgia e hoje eu estou bem.
         Isto foi o mais perto que eu cheguei de encarar a morte, e eu espero que seja o mais perto que eu chegue por algumas décadas mais. Tendo sobrevivido, hoje eu posso dizer isto a vocês com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito útil mas puramente intelectual:
        Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir para o Céu não querem morrer pra chegar lá. E mesmo assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca escapou a ela. E é como deveria ser, porque a Morte é muito provavelmente a melhor invenção da Vida. É o agente de mudança da Vida. Ela tira o velho do caminho pra dar espaço pro novo. Por enquanto o novo são vocês, mas algum dia não muito distante, vocês gradualmente vão se tornar os velhos e sair do caminho. Me desculpe por ser tão dramático, mas é totalmente verdade.
       Seu tempo é limitado, então não gaste vivendo a vida de outra pessoa. Não caia na armadilha do dogma – que é viver com os resultados do pensamento de outra pessoa. Não deixe o ruído da opinião alheia sufocar sua voz interior. E mais importante, tenha coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário.
      Quando eu era jovem, havia uma maravilhosa publicação chamada “The Whole Earth Catalog” (O Catálogo de Toda a Terra), que era uma das bíblias da minha geração. Foi criada por um camarada chamado Stewart Brand não muito longe daqui, em Menlo Park, e ele deu vida à publicação com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores pessoais e da editoração eletrônica, então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras polaróides. Era tipo o Google formato brochura, 35 anos antes do Google aparecer: era idealista, e com abundância de recursos elegantes e idéias brilhantes.
      Stewart e sua equipe publicaram várias edições do “The Whole Earth Catalog”, e então quando seu papel estava cumprido, eles publicaram uma edição final. Era meados dos anos 70, e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa da edição final havia uma fotografia do amanhecer em uma estradinha de terra, do tipo em que você poderia ficar pegando carona se você for aventureiro. Embaixo dela estavam as palavras: “Stay Hungry. Stay Foolish.” Era a mensagem de despedida deles ao sair do ar. Stay Hungry. Stay Foolish. E eu tenho sempre desejado isso pra mim mesmo. E agora, ao vocês se formarem para começar outra vez, eu desejo isto a vocês.


a)      Faça uma reflexão da leitura.
b)      Em que pessoa está escrita
c)      Cite três informações que, de alguma forma, impressionaram você.
d)     O que ele precisou fazer para fundar a APPLE?
e)      Qual a  sensação de Jobs ao receber o diagnóstico  de uma doença?
f)       O que fez seguir em diante?
g)      Qual a mensagem que Steve deixa no final do texto?